Idealmente, gostava de pensar numa boa introdução para aquilo que eu já sei, por certo, que quero escrever. Acontece que esta é provavelmente a décima oportunidade que dou a mim mesmo, sendo que as restantes novas foram apagadas com a mesma adrenalina com que foram escritas. Nada contra, aliás. Mas faz parte de um processo de leveza com que as palavras, no ponto, devem estar carregadas.
Agradecerei à cultura hip hop quando for merecedor de todo um knowledge para conseguir dedicar-me a ela sem rodeios. Pura libertação.
Mas hoje volto a um íntimo há muito por mim abandonado – curiosamente o primeiro que tentei samplar. Dizem que um ‘bom filho a casa torna’ mas, no reverso, alertam para que ‘não voltemos onde já fomos felizes’. A música – e as palavras – é também um contradição crescente de estados de espíritos. A ‘pura libertação’ traduziu-se, hoje, num exemplo de há meia dúzia de anos. Dá pelo nome de Efrim Menuck – não fui obrigado a pesquisar o nome, o que é natural, mas um dia, quem sabe, talvez lhe dedique todo o tempo que ele inteiramente merece.
Pois bem. Para Efrim ‘alguns corações são verdadeiros’. Não há uma altura indicada para sublinhar esse conceito, já que isso acontece todos os dias, de todas as formas, em todas as coisas.
Dostoevsky dizia, n’O Idiota’, que talvez pudéssemos pensar que a “perfeição está na folha caída de uma árvore”, no mais insignificante acontecimento.
O meu dueto, hoje, é exactamente esse: a perfeição e a verdade na mais insignificante das coisas.
Como esta música.
Bem haja.
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